Esperava-a ansioso e ela atrasada deixava-me ainda mais agoniado, até que então a vi com um lindo sorriso no rosto, e a impaciência que me consumia, sumiu. O lanche na hora do almoço e seus olhos me olhando me deixavam assim meio bobo, me deixava de mente vazia e, com tudo, eu só sabia observá-la e, de felicidade, sorrir. Depois do lanche fomos para o parque e nem sabíamos que ônibus pegar, mas pegamos.
Era cedo e tudo ainda estava tranqüilo, menos o tempo que queria acabar com a nossa tarde, mas não conseguiu, muito pelo contrário, só deixou-a ainda mais divertida. Chegando ao parque, grande parque, saímos sem direção, fomos para onde os nossos narizes apontavam. Garoava fininho e fazia um frio gostoso para estar em sua presença, até que por fim, a garoa parou. Era tudo muito bonito, o rio, apesar de poluído, fazia daquele lugar um lindo cenário de amor, com patos nadando de um lado a outro e as árvores paralisadas pelo tempo fechado e frio que fazia, cruzamos a ponte atravessando para o outro lado do rio e continuamos o passeio até encontrarmos um lindo e imenso campo, com um verde vivo e brilhante por conta das gotículas que do céu caíram, onde uma mulher saía depois de brincar com seus dois cães. Todo aquele tapete gramado agora era só nosso. Fomos até o centro do campo e lá nos abraçamos, um abraço demorado e caloroso em meio ao frio que fazia, eu queria que o tempo parasse exatamente ali. Deitamos-nos no chão verde com olhos fitados para o cinza que havia no céu, liguei o celular num canal de rádio qualquer e parecia que o programador sabia, em alguma lugar onde estivesse, que vivíamos todo aquele lindo momento. Belas músicas tocavam como uma trilha sonora de um fim de filme romântico onde o casal de apaixonados, enfim, ficaram juntos e felizes, espero que não seja cedo para falar que também, para sempre. Voltava a garoar e então tivemos que nos retirar dali, andamos na chuva com um pequeno guarda-chuva que na verdade não guardava nada, decidimos então sair do parque, procuramos a saída por onde entramos até que, já bem molhados, encontramos. Pegamos um ônibus de volta para o lugar onde havíamos nos encontrado e com muito trânsito e o ônibus lotado, a volta foi mais lenta que a ida, mas, aproveitei bastante aquela grande quantidade de pessoas empurrando-a para junto de mim. Chegamos onde nos encontramos e decidimos tomar um cappuccino quentinho na padaria de um supermercado ali próximo.
Chegando a noite, depois de uma maravilhosa tarde, decidimos que era hora de irmos embora. Deixei-a no ponto de ônibus e com um beijo nos despedimos. De tão inspirado e feliz, eis que voltando para casa, no balançar do ônibus a história de nossa tarde escrevi.
Neto Filho Eloi



